“Eu acredito mais no poder da palavra do que no poder da arma” Afirma Lula sobre tensão entre EUA e Venezuela

(Foto: reprodução)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (11/12) que manifestou ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, preocupação com a escalada de tensões na América Latina e defendeu que a região permaneça como “zona de paz”. A declaração foi dada durante a abertura da Caravana Federativa, em Belo Horizonte (MG).
Lula afirmou que ligou para o presidente norte-americano para debater a questão da Venezuela “Eu falei ao Trump, ‘nós não queremos guerra na América Latina’. E ele disse “eu tenho mais arma. Eu tenho mais navio, eu tenho mais bomba”.
Lula afirmou ter insistido que a diplomacia deve prevalecer: “eu acredito mais no poder da palavra do que no poder da arma”. Após o discurso, a Secretaria de Comunicação da Presidência informou que Lula se confundiu ao mencionar a data da ligação. O relato, segundo a Secom, refere-se à conversa telefônica realizada na semana passada.
Durante o pronunciamento, Lula criticou o que classificou como avanço do unilateralismo nas relações internacionais, citando Trump. Para o presidente, a postura norte-americana de que “aquele mais forte determina o que os outros vão fazer” ameaça a estabilidade global.
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“Há uma fragmentação, há uma destruição da democracia, há uma tentativa de colocar fim ao multilateralismo, que foi o que sustentou a paz no mundo desde a Segunda Guerra Mundial pelo unilateralismo.”, afirmou Lula.
A crise envolvendo Estados Unidos e Venezuela tem sido o principal ponto de tensão na região. Desde agosto, o governo Trump mantém uma força militar robusta no Caribe, oficialmente para combater o narcotráfico, movimento interpretado como pressão ao regime de Nicolás Maduro.
Na última semana, Lula também conversou com Maduro sobre a necessidade de preservar a paz na América do Sul e no Caribe. O governo brasileiro tem buscado abrir um canal de diálogo entre Washington e Caracas. Em outubro, Lula se ofereceu para mediar negociações entre os dois países.
O presidente reforçou que pretende discutir soberania e cooperação internacional em futuras conversas com Trump. “Se a moda pega, cada um acha que pode invadir o território do outro para fazer o que quer. Onde é que vai surgir a palavra respeitabilidade à soberania dos países? Então eu pretendo discutir esses assuntos com o presidente Trump se ele colocar na mesa”, disse.
(*)Com informações do G1






